sexta-feira, 13 de maio de 2011

Tudo o que sempre quis saber sobre vinho

A sala de formação
É já amanhã, sábado, que vou frequentar o curso de vinhos a realizar no Restaurante Vinho em Qualquer Circunstância. O curso tem como formadora a escanção Teresa Gomes da Wine Solutions, empresa que se dedica a prestar serviços na área do vinho.

Para abrir o apetite aqui fica uma entrevista que retirei do ionline onde Teresa Gomes revela algumas dicas de como tratar e beber um vinho.

"O interesse por vinhos pode ter um efeito secundário. Não, não é esse, leitor ramboieiro. Durante uma prova de vinhos não se bebem garrafas como se o mundo acabasse amanhã, pelo que o risco de ficar alcoolizado é mínimo.


Segundo o escanção profissional Teresa Gomes, com o vinho vem a degustação e as horas infinitas à mesa: "Vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, o interesse pela gastronomia e, em alguns casos, a curiosidade pelo enoturismo." Caso pretenda embarcar na maravilhosa viagem pelas vinhas deste país (e dos outros) tenha em conta o alerta de Teresa Gomes, que se apaixonou por vinhos há 13 anos. Não vale chorar por elegâncias perdidas.


A provar é que se aprende
Existem vários cursos no país capaz de lhe explicar tudo o que sempre quis saber sobre vinho. Na Wine Solutions, o saber vai até si. Os cursos de vinhos ao domicílio consistem numa formação de três horas, sobre os vinhos portugueses. "Fazemos uma viagem pelas regiões, castas, designativos de qualidade, terminando na prova técnica de vinhos. Sem esquecer de abordar as temperaturas de serviço, harmonias gastronómicas e as condições de guarda de vinhos", explica Teresa. A formação é direccionada para o consumidor de vinhos, principiante ou já experiente.



Depois da formação, será capaz "de escolher um vinho, quer no supermercado ou num restaurante, fazendo a escolha pela região, casta, ou tendo em mente o que vai ser a refeição". Por outro lado, poderá fazer um brilharete quando pegar num copo, sem "ter medo de provar o vinho e exprimir a sua opinião além do comentário típico ''gosto deste vinho''", explica Teresa Gomes.


Há, no entanto, a possibilidade do leitor querer seguir uma carreira ligada ao vinho. Se assim for, a Academia do Vinho oferece uma vertente técnico-profissional. Mas atenção, terá de estudar, uma vez que os cursos são certificados e diplomados pela Wine & Spirit Education Trust, sediada em Londres, com direito a exame final.


Segundo João Victorino, director da Academia do Vinho, aqui aprende-se "a diferenciar os diversos tipos de vinho, tranquilos, espumantes e licorosos, a apreciar e saborear os vinhos, suas temperaturas, a saber qual o melhor vinho para cada ocasião e como casar o vinho com a comida". A formação passa também pelos "conceitos de viticultura, enologia e marketing de vinhos".


Armado em bom
Acabou-se o nervosismo de leigo cada vez que o escanção (ou empregado de mesa) ficar à espera do seu aval para continuar a deitar vinho no copo. Com um ar entendido, rodará o copo, inspirará profundamente com o nariz lá dentro e provará do alto de toda a sua sabedoria. Em casa, "poderá adequar os vinhos à refeição ou pessoas, quer seja numa festa de família, jantar de negócios, ou na escolha de um vinho para oferta", continua Teresa Gomes. "Poderá também partilhar este prazer e conhecimento com outros, visto que é uma bebida social." Mas não abuse.



Regras
Há alguma forma especial de abrir uma garrafa?
As garrafas de vinho devem ser abertas assentes. Com a navalha do saca-rolhas cortar a cápsula pelo meio ou por debaixo da marisa, o anel de vidro, de reforço, que as garrafas têm no gargalo. Inserir a hélice do saca-rolhas, não totalmente, e retirar a rolha sem provocar som. Excepção para os espumantes, que podem abrir-se com a garrafa no ar e em ocasiões privadas, fazer barulho ao retirar a rolha.



O vinho tinto deve beber-se à temperatura ambiente, mais quente ou frio?
Hoje, por variadíssimas razões, temos quase sempre de trabalhar a temperatura do vinho na garrafa, por isso falamos de temperaturas de serviço. O consumidor deve habituar-se a beber os tintos até aos 17/18º C, o que vai obrigá-lo quase sempre a refrescar a garrafa. Os brancos a uma temperatura acima daquela saída do frigorífico, entre os sete e os 14º C.



Qual o copo indicado para cada tipo de vinho?
O mais importante é que seja sempre de vidro incolor, espessura fina e sem gravações ou pinturas. O cálice deve ter sempre o formato de tulipa: diâmetro da boca inferior ao do corpo. Para vinhos mais ligeiros copos de cálice mais estreito, para vinhos mais complexos, copos com cálice mais largo. espumantes sempre no copo flute. Os vinhos do Porto e Moscatel de Setúbal já têm copos oficiais.



Quanto vinho se deve pôr no copo?
Para se provar, três centilitros; no serviço de vinhos a copo, entre nove a 15 centilitros. Durante a refeição, depende do tamanho do cálice do copo. Algo sensato, normalmente até dois terços; regra de ouro, nunca encher.



Porque é que os especialistas rodam o copo com vinho lá dentro?
Qualquer pessoa que queira desfrutar os aromas de um vinho, e se este se apresentar nulo ou quase nulo após um primeiro exame olfactivo, vai ter a necessidade de rodar o vinho no copo para que desta forma transmita oxigénio ao vinho e as moléculas aromáticas, sendo voláteis, vão acabar por se desprender do vinho e chegar ao nariz do provador.


Como é que o vinho deve ser guardado em casa?
Qualquer garrafa de vinho deve ser guardada num local que cumpra os seguintes quatro requisitos: garrafas deitadas; local com uma temperatura entre os 12 e os 14º C; humidade entre os 70 e os 80% (valores que devem ser constantes ao longo do ano); e ao abrigo da luz. Como é quase utópico conseguir estes valores em casa, recomenda-se a aquisição de um armário de conservação de vinhos.



Faz sentido comprar uma garrafa de vinho no supermercado e esperar uns tempos até a abrir?
O vinho é um produtor alimentar vivo e sofre mudanças a nível de cor, aroma e gosto com o passar do tempo, em garrafa. A maioria dos vinhos à venda estam prontos a ser consumidos desde logo. Mas há vinhos que saem muito cedo para o mercado e que bebidos ainda jovens não revelam toda a excelência. Prove o vinho e faça o seu juízo.



Quando se abre uma garrafa, quanto tempo se deve esperar para servir?
Nenhum. Caso o vinho possa beneficiar de um pouco de oxigenação, há que passá-lo para um decantador e/ou servi-lo num copo com o cálice mais largo, para termos uma maior superfície do vinho em contacto com a atmosfera. Depois é apreciá-lo a revelar-se perante nós, no copo, à nossa frente."

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