sexta-feira, 20 de maio de 2011

Curso de vinhos - Parte II

- O Curso

Pouco passava das 10:30 quando nos sentámos à mesa. A "plateia" era composta por sete elementos dos sexo masculino, do outro lado em minoria mas nem por isso menos bem representado, o elemento do sexo feminino, a formadora Teresa Gomes. Passada a fase das apresentações demos início ao curso.

A formação começou por uma ligeira abordagem às regiões vitivinícolas portuguesas e à classificação dos vinhos produzidos nessas regiões bem como os tipos castas existentes no nosso país. Apesar de superficial para mim chegou, até porque já dominava mais ou menos este assunto através da leitura de alguns livros e para já isso basta-me.

Seguiu-se um pequeno exercício com um bago de uva em que éramos convidados a tirar a película da uva e as grainhas e a provar separadamente cada parte da uva - película, polpa, grainha e engaço - e tentar perceber o contributo de cada um deles para a construção de um vinho.

Terminado este exercício chegou a vez de um dos momentos mais esperados por todos, a prova de vinhos ou não fosse para isso que ali estávamos. Não será preciso dizer que ninguém solicitou a cuspideira. Dois brancos e dois tintos compunham a ementa, todos servidos com o rótulo da garrafa coberto com papel de alumínio para que o rótulo não influenciasse a prova. A partir daqui foi um sem número de exercícios à volta da prova dos vinhos. Tentar descobrir a região do vinho, a idade, se tinha madeira, se se tratava de um vinho varietal ou um "blend", são apenas alguns exemplos.

A manhã passou rápido e sem dar por isso chegou a hora de almoço, mas em boa hora chegou porque provar assim vinho de estômago vazio podia ser problemático. Descer as escadas para a sala de refeições já se revelou tarefa complicada.

Para o almoço umas magníficas empadas de camarão para entradas e um "wellington" de porco, tudo com um aspecto muito requintado e saboroso. Para acompanhar foi servido um vinho branco Antão Vaz da Peceguinha 2009 e um Quinta do Alqueve Touriga Nacional 2001, ambos muito bons.

Depois de recuperar forças, na segunda parte a seguir ao almoço a coisa torna-se mais difícil e não dá para grandes teorias. Mais umas noções sobre vinho, como abrir uma garrafa, conservar o vinho e outras tantas coisas que já não me recordo... é o que dá escrever quase uma semana depois. Fizemos exercícios à volta dos aromas em que tínhamos de identificar qual o aroma que nos era dado a cheirar, apesar de básicos, como banana e baunilha, a tarefa não se revelou fácil não conseguindo acertar um único, nem eu nem ninguém acho eu. Se assim é complicado, no vinho ainda mais difícil se torna.

Para acabar em beleza provámos mais três vinhos, um rosé, um branco e um tinto.

Para recordação fica um dia bem passado e em boa companhia.

Das muitas coisas que aprendi, a principal foi que é preciso praticar muito... e é o que tenho feito!

domingo, 15 de maio de 2011

Curso de vinhos - Parte I

- O espaço

E eis que chegou o dia. Foi com expectativa que me levantei no sábado e me fiz à estrada a caminho da Batalha. Para compor o ramalhete, estava um belo dia de sol, mais de Verão que Primavera.

Primeira paragem: Leiria, para apanhar o grande amigo Palhavã, companheiro destas andanças e de muitas outras lides que já enfrentámos juntos e que nem sempre escapámos ilesos...

Bem perto do Mosteiro de Santa Maria da Victória, mais conhecido entre nós Portugueses por Mosteiro da Batalha, encontramos o restaurante Vinho em Qualquer Circunstância, no qual nunca tinha estado. A  sala de refeições - de tamanho razoável, muito acolhedora com paredes forradas por armários divididos em "cubos" onde repousavam garrafas do precioso néctar - foi paixão à primeira vista.

O tempo passou rápido, era hora de subir para dar o início à formação. No primeiro andar, mais do mesmo, ao cimo das escadas do lado esquerdo encontrava-se uma sala com mais armários recheados de garrafas de vinho, garrafas essas distribuídas por "cubos" sendo que cada "cubo" tinha gravado o nome do sócio do clube enófilo do restaurante a quem pertenciam as benditas. Logo no cimo das escadas estava a sala de formação, normalmente sala de refeições reservada a membros do clube enófilo. Aqui, em vez das habituais garrafas, os "cubos" tinham frases e algumas noções sobre o vinho. A mesa já estava posta, umas folhas de papel, quatro copos vazios preenchiam o espaço e os lugares vazios esperavam por nós...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Tudo o que sempre quis saber sobre vinho

A sala de formação
É já amanhã, sábado, que vou frequentar o curso de vinhos a realizar no Restaurante Vinho em Qualquer Circunstância. O curso tem como formadora a escanção Teresa Gomes da Wine Solutions, empresa que se dedica a prestar serviços na área do vinho.

Para abrir o apetite aqui fica uma entrevista que retirei do ionline onde Teresa Gomes revela algumas dicas de como tratar e beber um vinho.

"O interesse por vinhos pode ter um efeito secundário. Não, não é esse, leitor ramboieiro. Durante uma prova de vinhos não se bebem garrafas como se o mundo acabasse amanhã, pelo que o risco de ficar alcoolizado é mínimo.


Segundo o escanção profissional Teresa Gomes, com o vinho vem a degustação e as horas infinitas à mesa: "Vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, o interesse pela gastronomia e, em alguns casos, a curiosidade pelo enoturismo." Caso pretenda embarcar na maravilhosa viagem pelas vinhas deste país (e dos outros) tenha em conta o alerta de Teresa Gomes, que se apaixonou por vinhos há 13 anos. Não vale chorar por elegâncias perdidas.


A provar é que se aprende
Existem vários cursos no país capaz de lhe explicar tudo o que sempre quis saber sobre vinho. Na Wine Solutions, o saber vai até si. Os cursos de vinhos ao domicílio consistem numa formação de três horas, sobre os vinhos portugueses. "Fazemos uma viagem pelas regiões, castas, designativos de qualidade, terminando na prova técnica de vinhos. Sem esquecer de abordar as temperaturas de serviço, harmonias gastronómicas e as condições de guarda de vinhos", explica Teresa. A formação é direccionada para o consumidor de vinhos, principiante ou já experiente.



Depois da formação, será capaz "de escolher um vinho, quer no supermercado ou num restaurante, fazendo a escolha pela região, casta, ou tendo em mente o que vai ser a refeição". Por outro lado, poderá fazer um brilharete quando pegar num copo, sem "ter medo de provar o vinho e exprimir a sua opinião além do comentário típico ''gosto deste vinho''", explica Teresa Gomes.


Há, no entanto, a possibilidade do leitor querer seguir uma carreira ligada ao vinho. Se assim for, a Academia do Vinho oferece uma vertente técnico-profissional. Mas atenção, terá de estudar, uma vez que os cursos são certificados e diplomados pela Wine & Spirit Education Trust, sediada em Londres, com direito a exame final.


Segundo João Victorino, director da Academia do Vinho, aqui aprende-se "a diferenciar os diversos tipos de vinho, tranquilos, espumantes e licorosos, a apreciar e saborear os vinhos, suas temperaturas, a saber qual o melhor vinho para cada ocasião e como casar o vinho com a comida". A formação passa também pelos "conceitos de viticultura, enologia e marketing de vinhos".


Armado em bom
Acabou-se o nervosismo de leigo cada vez que o escanção (ou empregado de mesa) ficar à espera do seu aval para continuar a deitar vinho no copo. Com um ar entendido, rodará o copo, inspirará profundamente com o nariz lá dentro e provará do alto de toda a sua sabedoria. Em casa, "poderá adequar os vinhos à refeição ou pessoas, quer seja numa festa de família, jantar de negócios, ou na escolha de um vinho para oferta", continua Teresa Gomes. "Poderá também partilhar este prazer e conhecimento com outros, visto que é uma bebida social." Mas não abuse.



Regras
Há alguma forma especial de abrir uma garrafa?
As garrafas de vinho devem ser abertas assentes. Com a navalha do saca-rolhas cortar a cápsula pelo meio ou por debaixo da marisa, o anel de vidro, de reforço, que as garrafas têm no gargalo. Inserir a hélice do saca-rolhas, não totalmente, e retirar a rolha sem provocar som. Excepção para os espumantes, que podem abrir-se com a garrafa no ar e em ocasiões privadas, fazer barulho ao retirar a rolha.



O vinho tinto deve beber-se à temperatura ambiente, mais quente ou frio?
Hoje, por variadíssimas razões, temos quase sempre de trabalhar a temperatura do vinho na garrafa, por isso falamos de temperaturas de serviço. O consumidor deve habituar-se a beber os tintos até aos 17/18º C, o que vai obrigá-lo quase sempre a refrescar a garrafa. Os brancos a uma temperatura acima daquela saída do frigorífico, entre os sete e os 14º C.



Qual o copo indicado para cada tipo de vinho?
O mais importante é que seja sempre de vidro incolor, espessura fina e sem gravações ou pinturas. O cálice deve ter sempre o formato de tulipa: diâmetro da boca inferior ao do corpo. Para vinhos mais ligeiros copos de cálice mais estreito, para vinhos mais complexos, copos com cálice mais largo. espumantes sempre no copo flute. Os vinhos do Porto e Moscatel de Setúbal já têm copos oficiais.



Quanto vinho se deve pôr no copo?
Para se provar, três centilitros; no serviço de vinhos a copo, entre nove a 15 centilitros. Durante a refeição, depende do tamanho do cálice do copo. Algo sensato, normalmente até dois terços; regra de ouro, nunca encher.



Porque é que os especialistas rodam o copo com vinho lá dentro?
Qualquer pessoa que queira desfrutar os aromas de um vinho, e se este se apresentar nulo ou quase nulo após um primeiro exame olfactivo, vai ter a necessidade de rodar o vinho no copo para que desta forma transmita oxigénio ao vinho e as moléculas aromáticas, sendo voláteis, vão acabar por se desprender do vinho e chegar ao nariz do provador.


Como é que o vinho deve ser guardado em casa?
Qualquer garrafa de vinho deve ser guardada num local que cumpra os seguintes quatro requisitos: garrafas deitadas; local com uma temperatura entre os 12 e os 14º C; humidade entre os 70 e os 80% (valores que devem ser constantes ao longo do ano); e ao abrigo da luz. Como é quase utópico conseguir estes valores em casa, recomenda-se a aquisição de um armário de conservação de vinhos.



Faz sentido comprar uma garrafa de vinho no supermercado e esperar uns tempos até a abrir?
O vinho é um produtor alimentar vivo e sofre mudanças a nível de cor, aroma e gosto com o passar do tempo, em garrafa. A maioria dos vinhos à venda estam prontos a ser consumidos desde logo. Mas há vinhos que saem muito cedo para o mercado e que bebidos ainda jovens não revelam toda a excelência. Prove o vinho e faça o seu juízo.



Quando se abre uma garrafa, quanto tempo se deve esperar para servir?
Nenhum. Caso o vinho possa beneficiar de um pouco de oxigenação, há que passá-lo para um decantador e/ou servi-lo num copo com o cálice mais largo, para termos uma maior superfície do vinho em contacto com a atmosfera. Depois é apreciá-lo a revelar-se perante nós, no copo, à nossa frente."

terça-feira, 10 de maio de 2011

Pie de leitão

Fiz esta receita a seguir à Páscoa e é uma maneira diferente e saborosa de aproveitar as sobras de leitão. Quem não tiver paciência para fazer a massa poderá optar por uma comprada.

Ingredientes:

Para a massa:
350g de farinha
1 colher de chá de sal grosso
100g de manteiga
2 colheres de sopa de vinagre de sidra
1 ovo grande

Para o recheio:
1 cebola
50g de Vaqueiro Alho
200g de alho francês cortado em rodelas
150g de cenoura ralada
1/2 couve lombarda (não muito grande)
30g de sultanas
sal
2 chávenas de leitão assado desfiado (sem pele nem ossos)
tabasco ou molho do leitão
1 a 2 colheres de sopa de farinha
1 embalagem de creme culinário vaqueiro light
limão
50g de miolo de noz
1 gema
água

Preparação:
Misture a farinha com o sal, junte-lhe a manteiga, bem fria e cortada em pedaços pequenos, trabalhe com as pontas dos dedos até a mistura ter o aspecto de areia grossa. Adicione o vinagre e o ovo e amasse rapidamente até conseguir moldar a massa em bola. Tape com um pano ou embrulhe com película aderente e deixe repousar.

Descasque a cebola e pique-a finamente. Derreta a Vaqueiro Alho num tacho, junte a cebola picada, o alho francês em rodelas e a cenoura ralada. Tape e deixe suar sobre lume brando. Corte as folhas de lombarda com os talos aparados em tiras largas, lave e escorra bem. Junte as tiras de couve aos restantes legumes, adicione as sultanas e tempere com um pouco de sal. Deixe cozinhar tapado sobre lume brando até os legumes estarem ternos.

Adicione as sobras de leitão bem desfiadas e tempere com umas gotas de Tabasco ou quem preferir com um pouco de molho do leitão. Polvilhe com a farinha, misture bem e adicione o creme culinário Vaqueiro e um pouco de raspa e do sumo de limão. Deixe  ferver, mexendo de vez em quando até o creme espessar. Retire do lume, adicione as nozes grosseiramente picadas e deixe arrefecer. Ligue o forno  e regule-o para os 200ºC.

Forre o fundo e as paredes de uma forma de tarte com cerca de 26 cm de diâmetro com metade da massa. Quando o recheio estiver quase frio espalhe-o por cima. Estenda a restante massa sobre a bancada com a ajuda do rolo e de farinha e coloque sobre o recheio, unindo bem os bordos da massa. Pique a superfície com um garfo e pincele com a gema diluída num pouco de água.

Leve ao forno durante cerca de 30 minutos.


Conclusão:
Fiquei agradavelmente surpreendido com o resultado desta pie. Os vegetais e as sultanas dão um sabor adocicado que se sobrepõe ao sabor do leitão. Fiquei com a ideia que a receita também poderá resultar bem com sobras de outras carnes como frango ou coelho.

Nota:
17.5 ( de 0 a 20)

Receita feita a partir da revista Saberes & Sabores nº202 de Dezembro 2010.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pudim de requeijão e amêndoa com morangos marinados

Porque dizem que faço poucas sobremesas cá vai mais uma. Na receita original em vez de um só pudim era feito em formas de loiça individuais, como não as tenho fiz numa forma de tarte.

Ingredientes:
manteiga
100g de miolo de amêndoa finamente ralado
3 ovos
130g de açúcar
1 requeijão
2,5dl de creme culinário vaqueiro (natas)
500g de morangos
1 lima
100g de mel
folhas de hortelã

Preparação:
Ligue o forno para os 180ºC. Pincele uma forma de tarte ou as formas individuais com manteiga e polvilhe-a com parte da amêndoa ralada. Parta os ovos, separando as gemas das claras. Bata as claras com a batedeira e quando começarem a fazer espuma junte-lhes metade do açúcar, continue a bater até estarem bem firmes. Reserve.

Bata as gemas com o restante açúcar até obter um creme fofo, adicione o requeijão, o creme culinário vaqueiro, e o restante miolo de amêndoa, bata tudo muito bem. Envolva delicadamente as claras neste preparado e transfira para a forma.

Coloque a forma num tabuleiro e leve ao forno durante cerca de 30 minutos.

Entretanto lave os morangos, tire-lhe os pés e pique-os em pedacinhos. Coloque os morangos picados numa taça, junte-lhe um pouco de raspa da casca de lima e sumo da lima, mel e algumas folhas de hortelã cortadas em tiras. Misture bem e reserve no frigorífico.

Desenforme cuidadosamente o pudim e sirva às fatias com os morangos marinados.

Conclusão:
Receita muito fácil e rápida de fazer, não quer dizer que por isso seja menos saborosa. Boa para esta época em se encontram morangos com facilidade nos supermercados.

Nota:
16.5 (de 0 a 20)

Receita feita a partir da revista Saberes & Sabores nº194 de Abril 2010

domingo, 1 de maio de 2011

Risotto de alheira de caça com laranja*

O nome da receita era "risotto de alheira de caça com laranja" mas só depois de já ter "degustado o repasto" é que me apercebi que me tinha esquecido da laranja... Fiz com alheira de caça mas pode ser utilizada alheira normal sem qualquer problema. A receita original não levava bacon nem cogumelos.

Ingredientes:
1 alheira de caça ou normal
1 alho francês
100g de cogumelos
100g de bacon
50g de Vaqueiro Alho
250g de arroz para risotto
1,5dl de vinho branco
1 Knorr Natura Legumes
água quente
1/2 laranja
tomilho

Preparação:
Corte o alho francês em rodelas, lave e escorra bem.

Corte o bacon em tiras finas, lave os cogumelos e enxugue bem, corte-os em tiras finas .Derreta a Vaqueiro Alho num tacho e leve os cogumelos a saltear. Quando a água que libertaram tiver evaporado, junte a tiras de bacon e deixe alourar. Retire a mistura do tacho e reserve.

Faça um corte na pele da alheira em toda a volta com a ponta de uma faca bem afiada. Leve a fritar de ambos os lados no tacho onde salteou os cogumelos e o bacon, se necessário junte mais Vaqueiro Alho. Retire a alheira do tacho assim que estiver bem dourada, deite fora a pele e reserve.

Introduza o alho francês no tacho e deixe cozinhar até estar mole. Junte o arroz, mexa com uma colher e assim que o arroz ficar translúcido regue com o vinho branco e junte o Knorr Natura Legumes. Deixe o arroz absorver o vinho, mexendo sempre sobre lume médio forte.

Vá regando o arroz com a água a ferver, a pouco e pouco e à medida que o arroz a for absorvendo. Quando o arroz estiver cozido, adicione a mistura de cogumelos e bacon e a alheira desfeita em bocados. Junte umas folhas de tomilho, regue com o sumo de laranja e misture bem.

Sirva sem demora.

Conclusão:
Com ou sem laranja ficou muito bom, daqueles pratos que dá vontade de comer sempre mais um bocadinho "só mais uma colher"... Os cogumelos e o bacon tornam o prato mais completo e rico em sabor. Os fãs de alheira vão adorar. Da próxima vez vou tentar não me esquecer da laranja!

Nota:
18.5 (de 0 a 20)

Receita feita a partir da revista Saberes & Sabores nº206 de Abril 2011